Genética e Imunidade na Psoríase

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Ilustração de uma mão segurando uma fita de DNA com o texto "Psoríase" e ícones científicos
A psoríase é uma doença autoimune com forte componente genético. Neste artigo, explicamos como genes como o HLA-Cw6 e citocinas como IL-17 e IL-23 participam do processo inflamatório. Também abordamos fatores ambientais desencadeantes e os avanços no tratamento com medicamentos imunológicos. Um guia essencial para compreender e controlar a psoríase de forma mais eficaz.
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A psoríase é uma doença crônica e inflamatória da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por placas vermelhas e escamosas que podem causar coceira e desconforto, a psoríase é mais do que uma simples condição dermatológica.

Ela envolve um complexo de fatores genéticos e imunológicos. Neste artigo, exploraremos esses aspectos para entender melhor o que causa a psoríase e como ela pode ser gerenciada.

Psoríase é Hereditária?

A psoríase tende a ocorrer em famílias, o que indica um componente genético significativo. Estudos mostram que se um dos pais tem psoríase, há cerca de 10% a 20% de chance de os filhos também desenvolverem a doença. Se ambos os pais são afetados, esse risco pode aumentar para 50%.

No entanto, a herança da psoríase não segue um padrão mendeliano simples; em vez disso, é considerada uma doença poligênica, o que significa que múltiplos genes contribuem para o risco. Dessa forma, isso não significa que necessariamente filhos de pais com psoríase terão psoríase e isso não deve gerar confusão ou ansiedade nos pais. 

Principais Genes Envolvidos na Psoríase

Diversos genes têm sido implicados na psoríase, sendo os mais estudados os genes do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), especificamente o HLA-Cw6. Este gene está fortemente associado à psoríase do tipo 1, que geralmente começa na infância ou na adolescência.

Além do HLA-Cw6, outros genes também desempenham um papel importante:

IL12B e IL23R

Estes genes codificam subunidades de citocinas envolvidas na resposta imune. Mutações nesses genes podem levar a uma produção excessiva de citocinas, promovendo inflamação.

TNFAIP3

Este gene codifica uma proteína que regula a resposta inflamatória. Alterações no TNFAIP3 podem resultar em uma resposta inflamatória descontrolada.

CARD14

Este gene está envolvido na ativação de vias inflamatórias na pele. Mutações no CARD14 foram associadas a formas familiares de psoríase.

A interação desses e de outros genes cria um quadro genético complexo que predispõe um indivíduo à psoríase. No entanto, a presença desses genes não garante o desenvolvimento da doença, indicando que fatores ambientais também desempenham um papel crucial.

Entenda aqui quais são os gatilhos para o desenvolvimento da psoríase.

Aspectos Imunológicos da Psoríase

Mecanismo Imunológico

Representação 3D de células imunológicas atacando uma membrana celular
Na psoríase, o sistema imunológico ataca equivocadamente a pele, causando inflamação e lesões.

A psoríase é uma doença autoimune mediada por células T, onde o sistema imunológico ataca erroneamente células saudáveis da pele. Esse ataque leva a uma proliferação rápida de queratinócitos, resultando nas características placas escamosas.

Quer saber mais sobre os tipos de psoríase? Clique aqui.

Papel das Citocinas na Psoríase

As citocinas são proteínas que regulam a resposta imunológica e inflamatória e atuam como mensageiros químicos no corpo. Elas são produzidas por várias células do sistema imunológico e desempenham um papel crucial na comunicação entre as células durante as respostas imunes.

Basicamente, as citocinas ajudam as células do sistema imunológico a “conversarem” umas com as outras para coordenar as defesas do corpo contra infecções, doenças e inflamações.

Na psoríase, várias citocinas desempenham papéis críticos:

TNF-α (Fator de Necrose Tumoral Alfa)

Esta citocina é central na inflamação da psoríase. Ela promove a ativação e proliferação de células T e a liberação de outras citocinas inflamatórias.

IL-17

As células T helper 17 (Th17) produzem IL-17, que contribui para a inflamação e proliferação de queratinócitos.

IL-23

Esta citocina é essencial para a manutenção das células Th17. Ela é produzida por células dendríticas e macrófagos e estimula a produção de IL-17 pelas células Th17.

Essas citocinas criam um ciclo de feedback positivo, amplificando a resposta inflamatória e perpetuando a doença. Em resumo, as citocinas são como sinalizadores que coordenam as atividades das células do sistema imunológico, garantindo que o corpo responda de maneira eficaz a ameaças e mantenha a saúde geral.

Papel das Células T na Psoríase

As células T, particularmente as células T helper (Th1 e Th17), são fundamentais na patogênese da psoríase. Elas são ativadas por antígenos e, uma vez ativadas, migram para a pele, onde liberam citocinas que promovem inflamação e proliferação de queratinócitos, que são as células da pele. As células T citotóxicas também contribuem para o dano tecidual ao atacar diretamente as células da pele, produzindo inflamação. 

Interação entre Genética e Imunologia na Psoríase

A genética e a imunologia da psoríase estão intrinsecamente ligadas. Os genes de suscetibilidade afetam como o sistema imunológico responde a fatores ambientais. Por exemplo, uma mutação no gene HLA-Cw6 pode predispor uma pessoa a uma resposta imunológica exagerada a um estímulo ambiental, como uma infecção ou estresse. Essa resposta exagerada envolve a ativação das células T e a liberação de citocinas inflamatórias, levando ao desenvolvimento das lesões psoriáticas.

Gatilhos da Psoríase

Gráfico com causas comuns da psoríase: trauma na pele, estresse, medicamentos, infecções e genética
Conhecer os gatilhos da psoríase é essencial para prevenir surtos e controlar a doença.

Embora a predisposição genética seja importante, a psoríase geralmente requer um fator desencadeante ambiental para se manifestar. Alguns desses fatores incluem:

1. Infecções

Infecções estreptocócicas são um gatilho comum para a psoríase gutata, especialmente em crianças.

2. Estresse

O estresse emocional pode agravar ou precipitar a psoríase em pessoas geneticamente predispostas. Veja como o estresse pode afetar a psoríase.

3. Trauma na pele

Conhecido como fenômeno de Koebner, trauma ou lesão na pele pode desencadear novas lesões psoriáticas.

4. Medicamentos

Alguns medicamentos, como betabloqueadores e lítio, podem agravar a psoríase.

5. Clima

Climas frios e secos podem exacerbar a psoríase, enquanto a exposição ao sol pode melhorar os sintomas.

Implicações para o Tratamento

O entendimento dos aspectos genéticos e imunológicos da psoríase tem levado ao desenvolvimento de terapias direcionadas. 

Alvo de arquearia com flechas certeiras e texto sobre imunoterapia
Tratamentos modernos da psoríase miram alvos específicos no sistema imunológico, proporcionando maior eficácia e segurança.

Os tratamentos atuais visam modular a resposta imunológica e incluem:

Inibidores de TNF-α

Medicamentos como etanercepte e infliximabe bloqueiam a ação do TNF-α, reduzindo a inflamação.

Inibidores de IL-17

Secuquinumabe e ixekizumabe bloqueiam a ação da IL-17, diminuindo a proliferação de queratinócitos.

Inibidores de IL-23

Ustekinumabe e guselcumabe bloqueiam a IL-23, reduzindo a manutenção das células Th17.

Essas terapias biológicas têm revolucionado o tratamento da psoríase, proporcionando alívio significativo para muitos pacientes.

Saiba mais sobre o tratamento para psoríase com biológicos.

Conclusão

A psoríase é uma doença complexa que envolve uma interação dinâmica entre fatores genéticos e imunológicos. A predisposição genética estabelece o cenário, mas são os fatores ambientais e imunológicos que desencadeiam e perpetuam a doença. Compreender esses aspectos é crucial para o desenvolvimento de tratamentos eficazes e personalizados.

Para os pacientes, isso significa que, além dos tratamentos tópicos e sistêmicos disponíveis, é essencial adotar uma abordagem multidisciplinar que considere tanto os fatores genéticos e imunológicos quanto os desencadeantes ambientais para um manejo eficaz da psoríase.

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